Itália e França expressam preocupação com acordo UE-Mercosul e defendem proteção a agricultores Europeanos para evitar concorrência desleal e manter a soberania alimentar.

Os ministros da Agricultura da Itália e da França, Francesco Lollobrigida e Annie Genevard, respectivamente, expressaram, nesta sexta-feira (27), sua preocupação com o futuro do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Em um comunicado conjunto, ambos os líderes ressaltaram que a implementação do pacto, sem a adoção de medidas eficazes para proteger os agricultores locais, poderá ser prejudicial ao setor agrícola europeu, afetando tanto a vitalidade das áreas rurais quanto a soberania alimentar do continente.

Os ministros enfatizaram que é essencial que sejam adotadas medidas adequadas para evitar que produtos importados criem uma competição desleal no mercado europeu. Essas medidas devem garantir o cumprimento rigoroso de normas sanitárias, ambientais e sociais, proporcionando uma proteção necessária aos agricultores da região. A preocupação com a concorrência exacerbada é um tema central, já que o acesso de produtos sul-americanos ao mercado europeu pode impactar negativamente os preços e a viabilidade dos produtores locais.

Além disso, o vice-primeiro-ministro italiano e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, reiterou o apoio do governo italiano ao acordo, porém fez questão de destacar a importância de ouvir as preocupações dos agricultores. Essa posição reflete um momento decisivo para as negociações, em que se busca um equilíbrio entre os benefícios do comércio internacional e a proteção das economias locais.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, também manifestou sua posição no Parlamento no início da semana, ressaltando a necessidade de finalizar o acordo com o Mercosul, mas sempre garantindo que os interesses dos agricultores e produtores italianos não sejam prejudicados. Este é um elemento crucial no debate em andamento, onde se busca um meio-termo que atenda aos anseios da indústria agrícola europeia, sem comprometer os avanços comerciais e as oportunidades que o acordo pode trazer.

Neste contexto, a pressão sobre os negociadores se intensifica, à medida que a necessidade de um pacto que beneficie ambos os lados se torna evidente, ao mesmo tempo que se busca assegurar a sustentabilidade da agricultura na Europa. As discussões continuam, apontando para a necessidade de um diálogo construtivo e soluções efetivas que busquem um futuro promissor e equilibrado para o comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

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