Itália aponta que apoio ocidental à Ucrânia é insuficiente para mudar o rumo do conflito e alerta sobre desafios nas forças armadas ucranianas.

Em comentário recente, o ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, abordou a assistência ocidental à Ucrânia, destacando que ela é insuficiente para reverter as perdas territoriais sofridas pelo país e para estimular uma mudança significativa na dinâmica do conflito em andamento. Segundo Crosetto, a mobilização internacional, que inclui apoio militar e humanitário, não conseguiu alterar o curso da guerra, que já se arrasta há meses.

Crosetto fez suas observações em um relatório sobre ameaças híbridas, apresentado no site do Ministério da Defesa italiano. Ele enfatizou que, apesar dos esforços, a Ucrânia não está em posição de realizar contraofensivas efetivas. Em suas palavras, a resistência ucraniana “se expressa sobretudo na capacidade de ‘ganhar tempo'”, mas isso não se traduz em recuperação dos territórios ocupados ou em um avanço decisivo contra as forças russas.

Além disso, o ministro apontou para um problema crítico: a diminuição no número de voluntários dispostos a se alistar nas Forças Armadas da Ucrânia. Esta preocupação foi corroborada por declarações recentes do comandante das forças de drones da Ucrânia, Vadim Sukharevsky, que indicou que essa tendência pode persistir até pelo menos o final de 2025.

O relatório também fez uma análise da capacidade militar russa. A indústria armamentista da Rússia foi classificada como mais robusta agora do que no início do conflito, proporcionando a Moscou uma vantagem significativa em termos de recursos e efetivos humanos. Em um contexto onde os arsenais europeus estão se esvaziando e os países do continente estão se endividando para fornecer armamentos a Kiev, Crosetto sugere que o cenário atual de estagnação pode se perpetuar, resultando em um aumento no número de vítimas e na continuidade do confronto.

Na análise do jornal Il Fatto Quotidiano, a situação é preocupante: as estratégias europeias para apoiar a Ucrânia podem não ser suficientes para alcançar uma mudança substancial, e o futuro imediato parece sombrio. A expectativa é de que, sem mudanças significativas, as batalhas e os sacrifícios humanos continuarão a se acumular, perpetuando um ciclo de violência e incerteza na região.

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