Em um comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores de Israel argumentou que o reconhecimento unilateral não apenas desestabiliza a região, mas também enfraquece as condições para futuras negociações de paz. A declaração enfatizou que iniciativas desse tipo, na visão de Tel Aviv, não promovem um diálogo construtivo, mas alimentam a instabilidade. “Israel rejeita categoricamente a declaração unilateral de reconhecimento do Estado Palestino”, informou o ministério, sublinhando que a paz é um objetivo que deve ser alcançado por meio de negociações bilaterais e não por intervenções externas.
A reação negativa de Israel ocorreu em um contexto onde o debate sobre a legitimidade do reconhecimento da Palestina tem se intensificado. O anúncio feito pelas três nações ocorre em um momento crucial, à medida que a Assembleia Geral das Nações Unidas se aproxima, marcada para o próximo dia 22 de setembro em Nova York. A informação foi corroborada por um assessor do presidente francês, Emmanuel Macron, que indicou que até dez países, incluindo a França, poderiam seguir o exemplo dos primeiros mencionados.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, foi incisivo em sua crítica, descrevendo o reconhecimento como uma “enorme recompensa ao terrorismo”. Ele deixou claro que a criação de um Estado palestino na área a oeste do Rio Jordão não é uma possibilidade a ser considerada em sua administração. “Ao longo dos anos, temos impedido a formação deste Estado terrorista, e seguiremos a construir assentamentos na Cisjordânia, mesmo diante de pressões”, disse Netanyahu, ressaltando a importância de manter uma política de assentamento na região.
Assim, as declarações de reconhecimento da Palestina por parte de países ocidentais encontram uma forte resistência em Israel, o que torna as perspectivas de um diálogo pacífico cada vez mais distantes, enquanto as tensões política e territorial persistem.