Israel Katz ameaça destruir Gaza se Hamas não aceitar termos de paz; Netanyahu reabre negociações após novo apelo pela libertação de reféns e cessar-fogo.

Na manhã desta sexta-feira, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, fez declarações alarmantes que ecoam em meio à crescente tensão na região. Katz ameaçou exterminar a cidade de Gaza caso o grupo Hamas não acate os termos que Israel impõe para um acordo de paz. Essa fala contundente ocorre logo após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter dado ordens para reativar as negociações focadas na libertação de reféns mantidos pelo Hamas desde o início do conflito.

Em um vídeo, Netanyahu ressaltou que a eliminação do Hamas e a recuperação dos reféns são objetivos que se entrelaçam, buscando, assim, um entendimento que não desagrade a facção mais extrema dentro de sua coalizão. A decisão de retomar as tratativas foi anunciada um dia após o Hamas ter sinalizado sua concordância com uma proposta oriunda de mediadores do Egito, Catar e Estados Unidos.

O plano aceito pelo Hamas prevê um cessar-fogo de 60 dias, durante o qual os reféns sequestrados durante os ataques de 7 de outubro seriam libertados, assim como prisioneiros palestinos detidos em Israel. Contudo, Netanyahu não referiu-se diretamente a essa proposta em suas comunicações oficiais.

Katz, por sua vez, foi incisivo em suas afirmações, ameaçando abrir “as portas do inferno” para os membros do Hamas e sugerindo que, se eles não aceitarem as condições israelenses, Gaza poderia se transformar em uma área tão devastada quanto Rafah ou Beit Hanoun, cidades que também sofreram impactos severos durante o conflito.

O exército israelense tomou medidas adicionais, alertando hospitais e organizações humanitárias sobre a necessidade de se prepararem para uma evacuação no norte da Faixa de Gaza. Essa solicitação foi recebida com desconfiança pelo Ministério da Saúde local, sob controle do Hamas.

Em meio ao clima de incertezas, uma pesquisa recente apontou que 62% da população israelense já não confia no governo atual. Enquanto isso, a ONU e diversas ONGs soam o alarme sobre uma iminente crise humanitária, com a possibilidade de uma grave fome se instalando em Gaza. Um relatório internacional, esperado para ser divulgado, deverá detalhar a gravidade da situação alimentar na região, com previsões de que a tragédia que já atinge milhões de pessoas pode intensificar ainda mais.

O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, também se pronunciou sobre a condição dos reféns, ressaltando a urgência da situação em que se encontram, sob a tutela do Hamas. Em Gaza, a realidade cotidiana é marcada pelo desespero imediato de milhares de palestinos, que clamam por alimento e auxílio humanitário.

Apesar da aparente disposição em buscar um cessar-fogo e uma solução para a situação dos reféns, o governo Netanyahu intensifica sua pressão militar, aprovando planos de ataque que pulverizam ainda mais a já devastada região. A convocação de 60 mil reservistas indica que a escalada do conflito pode estar longe de acabar, mantendo a população de Gaza em um estado de alerta contínuo e desespero palpável.

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