Israel anunciou a intenção de tomar a Cidade de Gaza, que abriga cerca de um milhão de palestinos, sob a justificativa de eliminar o Hamas. A situação se complicou ainda mais após um ataque aéreo israelense que visou a liderança do Hamas em Doha, no Catar, gerando forte condenação internacional e elevando as tensões na região. Em resposta a esse ataque, o Catar convocou uma cúpula de emergência com países árabes e islâmicos para discutir os desdobramentos da crise.
Durante sua visita a Israel, Rubio também reafirmou o reconhecimento dos EUA de Jerusalém como a capital israelense, um status oficializado em 2017 durante o governo de Donald Trump. Neste contexto, ele mencionou a necessidade de negociar a libertação dos 48 reféns que, segundo relatos, ainda estão sob a custódia do Hamas, embora se estime que apenas 20 deles estejam vivos.
Enquanto a diplomacia busca uma solução, a população em Gaza enfrenta uma crise humanitária sem precedentes. A Agência da ONU para os Refugiados da Palestina (UNRWA) suspendeu serviços médicos em regiões críticas, com sistemas de água e saneamento operando com apenas metade da capacidade. Nos últimos dias, dez instalações da UNRWA foram temporariamente paralisadas, o que ampliou a escassez de recursos básicos, agravando ainda mais a desnutrição que já afeta a população local. Dados recentes colocam o número de mortes por desnutrição acima de 420, incluindo 145 crianças.
As operações israelenses, que já contabilizam mais de 500 ataques aéreos na última semana, têm sido amplamente criticadas por organizações humanitárias. A UNRWA e outras entidades advertiram que a tomada completa de Gaza poderia devastar ainda mais a população, já saturada por fome e deslocamento forçado. Apesar dos apelos para a evacuação, centenas de milhares de civis permanecem na Cidade de Gaza, muitos sem condições financeiras ou segurança para deixar a área. Desde o início da campanha, as autoridades locais relatam mais de 64 mil mortes entre os palestinos, destacando a gravidade da situação no território.