O governo do Catar classificou a ofensiva como uma “flagrante violação de leis e normas internacionais”, enfatizando a séria ameaça à segurança de seus cidadãos e residentes. Especialistas em relações internacionais comentaram que esse ataque expôs uma falta de compromisso do governo Netanyahu com a paz. Segundo o professor de relações internacionais Marcus Vinícius Figueiredo, a atitude do primeiro-ministro israelense mina qualquer possibilidade efetiva de um acordo, como o retorno dos reféns israelenses em poder do Hamas.
A operação no Catar, apontada como uma violação de acordos regionais, destaca o papel do país como mediador de conflitos no Golfo. Figueiredo observa que o ataque demonstra claramente a intenção de Netanyahu de não se comprometer com a paz, colocando até mesmo a situação dos reféns em risco.
Ricardo Leães, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing, também se pronunciou sobre a situação, enfatizando que os bombardeios aéreos de Israel não apenas enfraquecem o papel do Catar como mediador, mas também reforçam a ideia de que Israel está mais interessado em conflitos do que em resolver disputas pacificamente. Ele argumentou que a política israelense tem perpetuado a instabilidade na região, com Israel se configurando como o principal causador de tensões no Oriente Médio.
Ambos os especialistas acreditam que, embora o ataque ofereça ao Catar justificativas para responder, uma escalada significativa de hostilidades contra Israel não é esperada. A política israelense atual enfatiza a necessidade de atacar os inimigos onde quer que estejam, o que se reflete em ações passadas em países como Irã e Iémen.
Por fim, o impacto geopolítico desse episódio pode reverberar entre os países do Golfo, levando a uma reconsideração de suas alianças e do papel que a proteção americana desempenha em suas políticas de segurança regional. A situação também reflete uma potencial mudança na dinâmica do poder, com o Catar podendo buscar novas parcerias fora do escopo tradicional.