Apesar de o governo irlandês sempre ter defendido que a Apple não devia esses impostos, a decisão histórica do Tribunal de Justiça da UE confirmou que a Irlanda concedeu benefícios fiscais injustos à empresa de tecnologia. O dinheiro estava em um fundo de custódia desde a decisão inicial em 2016 e agora será liberado para o estado irlandês.
O Ministério das Finanças da Irlanda respeitou as conclusões do tribunal, mas afirmou que o processo de transferência dos ativos do fundo para o governo levará alguns meses. Enquanto isso, a bonança financeira inesperada ocorre em um momento importante no cenário político local, com a expectativa de uma eleição nos próximos meses.
Os partidos de oposição já estão pedindo um debate parlamentar sobre a destinação desse dinheiro, com críticas ao governo por defender interesses corporativos em vez do público. A crise habitacional e o alto número de pessoas sem-teto na Irlanda levantam discussões sobre a possibilidade de criar um fundo habitacional com os recursos da Apple.
Apesar da sólida situação financeira do país, a importância da quantia recebida da Apple não pode ser subestimada. Além disso, surgem preocupações sobre a política fiscal irlandesa e o atrativo para multinacionais, especialmente no setor de tecnologia e farmacêutico. A decisão da UE pode gerar incertezas nesse sentido. A Apple, uma das primeiras gigantes da tecnologia a se estabelecer na Irlanda, contribui significativamente para a economia local, empregando milhares de pessoas no país.
Portanto, a Irlanda agora se vê diante de um desafio complexo e crucial sobre como direcionar esse montante inesperado de impostos da Apple, levando em consideração não apenas as questões políticas e econômicas, mas também as necessidades sociais e estruturais do país.