Na última quinta-feira, a União Europeia de Radiodifusão (EBU) realizou sua assembleia geral semestral, onde alguns membros levantaram a questão da participação israelense, mencionando alegações de interferência nas votações e a controvérsia em torno das ações do país no conflito. Apesar da pressão, a votação realizada apenas resultou na implementação de novas regras para o sistema de votação, com o objetivo de mitigar tentativas de manipulação por parte de governos ou influenciadores externos.
Essas novas diretrizes foram uma resposta a criticas recentes que apontaram possíveis manipulações nas votações, especialmente após a ascensão de Yuval Raphael, um sobrevivente do ataque do Hamas, ao segundo lugar na votação popular deste ano, em contraste com as baixas pontuações recebidas do júri. A EBU emitiu uma nota destacando que a maioria de seus membros concordou que não havia necessidade de reavaliar a participação de Israel, permitindo que o festival ocorra como planejado, agora com as regulamentações adicionais em vigor.
A situação se agrava com as divisões profundas entre as emissoras participantes, reflexo de um ambiente cada vez mais politizado. Alfonso Morales, secretário-geral da RTVE, a emissora pública espanhola, expressou que a crescente instrumentalização do evento para fins políticos por Israel ameaça a neutralidade cultural do Eurovision.
A emissora irlandesa também se manifestou, destacando que a participação de Israel é inaceitável frente à crise humanitária em Gaza, sublinhando a responsabilidade de suas ações no festival. Com um histórico de vitórias, a Irlanda divide com a Suécia o título de país com mais conquistas no Eurovision.
Por outro lado, o presidente israelense Isaac Herzog comemorou a decisão da EBU, afirmando que Israel merece representação em eventos internacionais. Ele expressou a esperança de que o Eurovision continue a ser um espaço de promoção cultural e amizade entre as nações.
A Alemanha e a Áustria, que são as responsáveis por sediar a próxima edição, manifestaram apoio à permanência de Israel na competição, o que poderia resultar em mais tensões conforme o evento se aproxima.









