A possibilidade de retomar o diálogo surge após um período de tensões e desacordos, especialmente desde a retirada dos Estados Unidos do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) em 2018. Este acordo, que havia sido firmado em 2015 entre o Irã e um grupo de seis mediadores internacionais, impunha várias restrições ao programa nuclear do país em troca da suspensão de sanções econômicas. Desde a saída dos EUA, o Irã começou a reduzir gradualmente seus compromissos com o JCPOA, o que gerou preocupações entre as nações ocidentais sobre a orientação nuclear de Teerã.
Recentemente, as conversas entre o Irã e países como Alemanha, França e Reino Unido foram discutidas para acontecer em janeiro de 2025, conforme revelações do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano. As negociações anteriores ocorreram em Genebra, onde os representantes dos três países europeus se reuniram com os iranianos em um esforço para encontrar um denominador comum que pudesse levar à repactuação do acordo nuclear.
Contudo, a situação é complexa. Em uma recente movimentação diplomática, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou uma resolução sugerida por países ocidentais, que desconsiderou os resultados de uma recente visita de Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA, ao Irã. Essa resolução foi vista como um fator que complica ainda mais a relação entre as partes.
Até o momento, os esforços para restaurar o acordo nuclear têm sido intermitentes, com a última tentativa de negociação em Viena, que foi interrompida em março de 2022. A expectativa agora é que as novas rodadas de diálogo possam trazer resultados positivos, mas muitos analistas permanecem céticos sobre a viabilidade de um entendimento que satisfaça todas as partes envolvidas.
O panorama atual é de incerteza, mas a vontade do Irã de dialogar pode ser um sinal de que há espaço para a diplomacia no Oriente Médio, um região atravessada por conflitos e desconfianças históricas.
