Às vésperas da quarta rodada de negociações indiretas entre o Irã e os Estados Unidos, o governo iraniano reafirmou sua inabalável posição em relação aos direitos nucleares do país. Em um discurso proferido durante a Conferência de Diálogo Árabe-Iraniano, realizada em Doha, no Catar, o vice-ministro das Relações Exteriores, Seyed Abbas Araghchi, deixou claro que o Irã não aceitará qualquer formato de restrição na questão nuclear, reafirmando seu compromisso com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

O diplomata destacou que o Irã busca um uso pacífico da energia atômica, incluindo o enriquecimento de urânio, e reiterou que o país não tem intenções de desenvolver armas nucleares. Segundo ele, a doutrina de segurança do Irã não contempla armamentos de destruição em massa. Araghchi destacou ainda o papel do Irã como um dos proponentes para a criação de uma zona livre de armas nucleares na região do Oeste Asiático, enfatizando seu desejo de cooperação e diálogo construtivo com outras nações.

Durante suas declarações, o vice-ministro observou que a relação do Irã com os EUA e outros países tem sido pautada por uma postura positiva. “Se o objetivo é garantir que o Irã não desenvolva armas nucleares, um acordo é possível e ao nosso alcance”, afirmou, mas advertiu que exigências consideradas “irrealistas” ou qualquer tentativa de suprimir os direitos nucleares legítimos do Irã serão prontamente rejeitadas.

As discussões até o momento incluiram três rodadas de diálogo: duas realizadas em Mascate, capital de Omã, e uma em Roma. A próxima reunião será novamente em solo omanita, prometendo mais um capítulo nas tensões e esperanças que cercam a questão nuclear iraniana e o delicado equilíbrio geopolítico da região. Este encontro será observado com atenção, dado o contexto histórico e a gravidade das questões em jogo, que envolvem não apenas o futuro nuclear do Irã, mas também as relações diplomáticas entre potências mundiais.