O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, reagiu a comentários de Trump, que, na véspera, afirmara ter “salvado” o aiatolá Ali Khamenei de ser assassinado. Araghchi criticou o tom “desrespeitoso e inaceitável” do líder norte-americano em relação ao líder supremo do Irã, lembrando que o povo iraniano valoriza seus valores e dignidade. Ele frisou que os iranianos não se intimidam com ameaças e que a guerra seria uma opção dolorosa, mas não descartada.
Trump, durante uma cúpula da Otan em Haia, insinuou que poderia retomar os bombardeios ao Irã se o país prosseguisse com atividades nucleares. Além disso, o presidente norte-americano criticou Teerã por proclamá-la vencedora da guerra com Israel e declarou que suspendia discussões sobre alívio de sanções como uma resposta ao que considerou ingratidão iraniana. O líder americano mostrou-se satisfeito, e um tanto arrogante, ao mencionar que tinha escolhido não permitir que o Irã fosse atacado por ele ou por Israel.
O funeral em Teerã foi uma demonstração explícita de luto e de desejo de vingança pelos mortos. Multidões se reuniram em torno dos caixões, que estavam cobertos com bandeiras iranianas e retratos dos oficiais. Entre os mortos, destacava-se o general Mohammad Bagheri, uma figura influente dentro das forças armadas do país.
O cortejo fúnebre percorreu a cidade, unindo símbolos de resistência e ira. As cerimônias contaram com a presença de líderes políticos e militares, incluindo o general Esmail Qaani, chefe da Força Quds, a unidade responsável pelas operações externas da Guarda Revolucionária.
A guerra que começou em junho foi desencadeada por Israel, que alegou que suas ações tinham como objetivo evitar que o Irã obtivesse armas nucleares. O Ministério da Saúde iraniano reportou que os ataques resultaram na morte de 627 civis e deixaram milhares de feridos, enquanto as forças israelenses relataram 28 mortes em retaliações. Os Estados Unidos se juntaram a Israel em ataques contra instalações nucleares no Irã, aumentando as tensões na já volátil região. A situação atual permanece crítica, com um futuro incerto marcado por desconfianças e reivindicações de poder.