O Qaem é uma bomba planadora que utiliza orientação infravermelha, a laser ou por TV, possuindo uma ogiva de 8,5 kg e um alcance de até 40 km. Já o Almas se trata de um míssil antiblindagem, projetado para atingir alvos a uma distância de até 8 km, com uma ogiva e capacidade de ataque que o tornaram uma importante adição ao arsenal iraniano. Ambos os armamentos foram lançados a partir de drones de ataque do tipo Ababil 5 e Mohajer 6, que fazem parte de uma série de novas atualizações tecnológicas que foram apresentadas ao longo dos exercícios.
Essas manobras começaram em janeiro e surgem em meio a preocupações do Irã sobre a possibilidade de uma agressão preventiva dos Estados Unidos, especialmente no contexto da relação de Washington com Israel. A nova administração americana, marcada por figuras percebidas como “falcões” iranianos, intensificou a vigilância em relação às atividades do Irã, levando o país a reforçar suas capacidades bélicas.
Além de conduzir testes de mísseis, o Irã anunciou um investimento significativo de US$ 115 milhões no desenvolvimento de sua pesquisa em inteligência artificial. Esse investimento é parte de um plano para estabelecer um parque de tecnologia de IA até 2027, que poderá contribuir para a modernização e eficiência dos seus sistemas militares.
Essa estratégia de defesa reflete a determinação do Irã em criar um complexo industrial militar autossuficiente. Desde a Revolução Islâmica de 1979, o país se afastou de suas antiguidades fontes de armamento, principalmente os Estados Unidos, e agora investe na construção de um aparato bélico que abrange desde sistemas avançados de defesa até uma gama diversificada de drones. A revelação da capacidade de mísseis que podem alterar sua trajetória autonomamente destaca o avanço da tecnologia militar do Irã e sua disposição em utilizar inovações de IA em sua luta por soberania nacional e pela defesa contra potenciais ameaças externas.