Irã Decide Suspender Cooperação com AIEA em Retaliação a Novas Sanções Impostas por Países Europeus na ONU

Irã Suspende Cooperação com AIEA em Resposta a Sanções Internacionais

Em um movimento significativo no cenário geopolítico, o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã anunciou a suspensão da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A decisão, revelada durante uma reunião presidida pelo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, ocorreu em meio a crescentes tensões após a reativação de sanções econômicas em relação ao país.

A interrupção do diálogo com a AIEA marca um novo capítulo na relação do Irã com as potências ocidentais, especialmente após os ataques aéreos dos Estados Unidos e de Israel que atingiram instalações nucleares iranianas. A cooperação havia sido temporariamente restabelecida no dia 9 de setembro de 2025, graças a um esforço mediador do Egito, mas agora o clima de desconfiança volta à tona.

O contexto dessa decisão está intimamente ligado a um projeto liderado por Reino Unido, França e Alemanha no Conselho de Segurança da ONU, que visa reinstituir as sanções impostas ao Irã, em resposta ao que considera um não-cumprimento pelo país das obrigações estabelecidas no acordo nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA). Esses países, em um esforço conjunto, buscam pressionar Teerã a seguir as diretrizes previamente acordadas, argumentando que a continuação do programa nuclear iraniano representa uma ameaça significativa à segurança regional e internacional.

No entanto, as vozes de apoio ao Irã não são diminutas. Rússia e China, em contraposição à posição ocidental, defenderam a manutenção da suspensão das sanções, argumentando que a pressão continua a exacerbar a situação já delicada. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia criticou as iniciativas dos países europeus como ilegais e provocativas, afirmando que tais ações só contribuem para uma escalada das tensões. A Rússia enfatizou que as intervenções dos membros do JCPOA, especialmente aquelas orquestradas sob a presidência sul-coreana do Conselho de Segurança, não se enquadram nas práticas diplomáticas adequadas e apenas agravam as incertezas em torno do programa nuclear iraniano.

Essa nova fase nas relações do Irã com a AIEA e o dilema nuclear sublinha a complexidade das negociações internacionais em torno da segurança nuclear e as dinâmicas de poder que persistem no cenário global. O futuro do programa nuclear iraniano e suas repercussões nos equilíbrios de poder da região permanecem incertos, enquanto o Irã reavalia sua postura frente à pressão internacional.

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