Irã afirma que negociações com Trump só serão possíveis sem a imposição de novas sanções e a política de “pressão máxima” dos EUA.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Aragchi, expressou sua posição firme sobre a possibilidade de negociações com os Estados Unidos, especialmente no contexto das recentes sanções impostas pelo governo de Donald Trump. Durante um comunicado feito em 8 de fevereiro, Aragchi enfatizou que qualquer diálogo sobre a retirada das sanções não pode ocorrer sob a pressão de políticas hostis. O ministro afirmou que dialogar sob uma política de “pressão máxima” seria equivalente a uma rendição, o que não é uma opção aceitável para a República Islâmica.

No início da semana, Trump havia assinado um decreto que intensificaria a pressão econômica sobre o Irã, ao mesmo tempo em que manifestou a esperança de que essa abordagem não fosse necessária com frequência. Em resposta, a Casa Branca instituiu novas sanções contra indivíduos e entidades envolvidas na exportação de petróleo iraniano para a China. Essas movimentações refletem a estratégia dos Estados Unidos de isolar o Irã economicamente, enquanto o país persa se vê encurralado diante de uma economia que já sofre com as restrições.

A tensão entre as duas potências se agrava, especialmente após o duro posicionamento do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo iraniano, que rechaçou qualquer forma de negociação com os EUA durante uma reunião com representantes das forças armadas. Khamenei reforçou a ideia de que o Irã não aceita barganhar sob condições de coerção, destacando a determinação do país em manter sua soberania.

Aragchi também se referiu ao histórico de fracassos da política de “pressão máxima” durante a administração anterior de Trump, que incluiu a retirada dos EUA do acordo nuclear e o assassinato do general Qasem Soleimani, figura central nas operações de segurança iraniana. O ministro alertou que a reativaçao dessa estratégia apenas resultaria em mais fracasso para os EUA, evidenciando a resistência do Irã em ceder a pressões externas.

Dessa forma, o contexto atual sugere que as tensões entre Teerã e Washington continuam a crescer, com o Irã se mostrando irredutível em sua posição frente a negociações que não respeitem sua dignidade e soberania. A perspectiva de um diálogo construtivo entre as partes parece cada vez mais distante.

Sair da versão mobile