Eslami justificou sua declaração ao mencionar que a instalação atacada continha uma sala de testes equipada com assistência da AIEA. “Como um ataque tão preciso poderia ter sido realizado, a não ser por meio do uso indevido de informações da AIEA?”, questionou. Ele também ressaltou que o reator de pesquisa é utilizado para fins pacíficos, como a produção de medicamentos radioativos para instituições de saúde, buscando desviar a atenção das alegações de um programa nuclear militar por parte do Irã.
Esse incidente não ocorre no vácuo. Em junho, Israel havia lançado uma operação militar contra o Irã, que incluía ataques a instalações nucleares e a alvos militares estratégicos, com a intenção de desmantelar o que acredita ser um programa nuclear militar secreto iraniano. Teerã rejeitou essas acusações, e a troca de ataques durou 12 dias, envolvendo também os Estados Unidos, que atingiram instalações nucleares iranianas posteriormente.
A escalada de tensões entre as nações não se limita às ações militares. No contexto atual, a diplomacia também é um campo de batalha, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciando um cessar-fogo entre Israel e Irã após os dias de confrontos. O governo iraniano afirmou que não buscava intensificar o conflito, sinalizando uma possível abertura para negociações, embora, ao mesmo tempo, acuse a AIEA de comprometer sua segurança nacional ao permitir que Israel fizesse ataques tão direcionados.
A situação é complexa e reflete não apenas uma rixa regional, mas também as intrincadas relações internacionais que envolvem potências como os EUA e Israel. As declarações de Eslami indicam um forte descontentamento com organismos internacionais e com a forma como a informação é gerida, levantando preocupações sobre a transparência e a segurança no monitoramento nuclear global.
