Durante a operação, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, especializada no combate ao crime organizado. A investigação mira em indivíduos e empresas suspeitas de participação em atividades ilícitas, incluindo sonegação de impostos, apropriação indébita tributária, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
O Gaesf identificou uma organização criminosa composta por quatro tradings e 11 pessoas físicas, que teriam manipulado grandes somas de dinheiro através de transações aparentemente legais. Essas movimentações teriam resultado em uma significativa sonegação de impostos, somando mais de R$ 40 milhões, um valor que, conforme a apuração avança, pode se mostrar ainda maior.
O promotor de Justiça Cyro Blatter, coordenador do Gaesf, ressalta o impacto direto da fraude nos serviços públicos financiados pelo Estado. “Cada centavo sonegado representa menos recursos para a saúde, a educação e a segurança pública”, afirmou Blatter, que supervisiona a operação em Santa Catarina juntamente com o promotor Anderson Cláudio de Almeida Barbosa.
As investigações revelam que os envolvidos empregaram técnicas sofisticadas para ocultar e dissimular patrimônio, como a pulverização de recursos e o uso de laranjas, inclusive alguns beneficiários de programas sociais, para tornar mais complexa a detecção das movimentações financeiras. Esses indícios são fortes evidências de lavagem de dinheiro e refletem um esquema bem arquitetado para driblar a fiscalização e aumentar o prejuízo ao erário.
Devido à complexidade do caso, a investigação permanece sob sigilo para não comprometer a eficácia das medidas adotadas. O objetivo do MPAL é assegurar que todos os envolvidos sejam responsabilizados e que os valores desviados sejam ressarcidos ao Estado.
A Operação Invoice conta com o apoio dos Ministérios Públicos do Espírito Santo e Santa Catarina, além das Polícias Civil e Militar, da Secretaria da Fazenda de Alagoas, da Procuradoria-Geral do Estado e da Secretaria de Segurança Pública. O nome “Invoice” reflete o uso de faturas nas transações internacionais, estratégia utilizada para conferir uma aparência de legalidade ao esquema investigado.
