Nesse cenário, surge a questão: como o Brasil se posiciona nessa disputa tecnológica? Em 2021, o país lançou a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA) e, em 2024, apresentou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), com investimentos previstos de R$23 bilhões até 2028. No entanto, apesar dos esforços, especialistas apontam que ainda é cedo para ver resultados concretos.
Guilherme Frizzera, doutor em relações internacionais, ressalta que o sucesso do EBIA depende de uma implementação consistente, investimento em talentos e infraestrutura, e avaliação contínua. Já Guilherme Neves, professor de Cibersegurança, destaca a falta de capacidade de processamento computacional como um obstáculo para o desenvolvimento de uma IA brasileira competitiva.
A inteligência artificial é comparada por Frizzera a uma nova revolução industrial, sendo crucial para a soberania e o desenvolvimento dos países no século XXI. Ele destaca a importância de não depender de tecnologias estrangeiras para evitar vulnerabilidades, como exposição a riscos de segurança cibernética.
Uma solução apontada pelos especialistas é o foco em áreas estratégicas, como agricultura, saúde e energia, onde o Brasil já possui vantagens competitivas. Além disso, a cooperação com outros países latino-americanos pode fortalecer a posição do Brasil no cenário global de IA.
Diante desse contexto, a regulamentação das inteligências artificiais é colocada como uma alternativa importante para garantir a ética e a proteção dos direitos dos cidadãos. Uma atuação regulatória assertiva poderia conferir à região latino-americana maior influência no cenário global da IA.
Portanto, o Brasil e demais países da região precisam encontrar estratégias para se posicionarem de forma competitiva nesse novo ambiente tecnológico, visando o desenvolvimento autóctone e a articulação de políticas que promovam a ética, a segurança e o progresso na área de inteligência artificial.
