A maior parte do investimento atual provém de fontes públicas, mas os números revelam uma lacuna significativa entre o que é necessário e o que tem sido direcionado para práticas sustentáveis. Em 2023, a diferença é de cerca de US$ 216 bilhões. Essa carência financeira representa um obstáculo considerável para a implementação de um manejo florestal que respeite os princípios de sustentabilidade e se alinhe às metas do Acordo de Paris.
Em uma análise mais profunda, Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA, destaca que as florestas são muito mais do que meros depósitos de carbono ou refúgios para a vida selvagem. Elas constituem a infraestrutura fundamental para os sistemas globais de alimentação, água e economia. Segundo o relatório, o direcionamento inadequado dos investimentos é um dos principais fatores que contribuem para a degradação florestal, que resulta na perda de aproximadamente 2,2 milhões de hectares por ano, um espaço equivalente à cidade de Florianópolis.
Por outro lado, ações que favorecem atividades prejudiciais ao meio ambiente, como a exploração intensiva de recursos naturais, receberão mais de US$ 400 bilhões anualmente. Este desnível financeiro expôs a necessidade urgente de reavaliação das prioridades de investimento que podem garantir a conservação em vez da degradação.
Um ponto que merece destaque é o custo-benefício da proteção florestal em comparação à restauração. Proteger as florestas é significativamente mais barato — requerendo apenas US$ 32 bilhões dos US$ 216 bilhões necessários até 2030 — e pode atingir 80% das metas estabelecidas para o período. Diante da iminente COP30, a questão do financiamento climático promete ser uma das grandes pautas do encontro. Especialistas recomendam que a definição dos fundos disponíveis e sua redistribuição entre os países precisam ser urgentemente debatidas.
Essa necessidade de ação integrada e eficaz torna-se ainda mais premente quando se observa que a saúde ambiental está intrinsecamente ligada à saúde econômica e social, não apenas em países em desenvolvimento, mas em todo o mundo.









