Investigadores são acusados de roubar R$ 90 milhões do PCC em São Paulo após delator revelar localização de casas cofre

O caso envolvendo o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach, assassinado com 10 tiros de fuzil no Aeroporto de Guarulhos, revelou uma trama complexa que envolve policiais civis, casas cofre da facção e milhões de reais em espécie.

De acordo com informações obtidas, Gritzbach teria fornecido a localização de 15 casas cofre do PCC para os policiais Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como Xixo, e Valmir Pinheiro, o Bolsonaro. Os agentes teriam ido até os locais sem mandado e se apropriado dos valores, causando um prejuízo de R$ 90 milhões para a organização criminosa.

As mensagens trocadas entre um membro do PCC identificado como Tacitus e Gritzbach apontam a participação dos policiais na operação. Tacitus detalha que os policiais invadiram as casas cofre sem autorização judicial e roubaram milhões de reais em espécie.

Em meio às revelações, Tacitus orienta uma delegada sobre como obter provas do envolvimento dos policiais, destacando a importância de coletar imagens das câmeras de segurança das redondezas.

O conteúdo das mensagens também revela a revolta do faccionado com a atuação dos policiais, chamando-os de “vermes” e prometendo vingança contra eles. As acusações se somam ao histórico dos agentes, que já foram presos em setembro do ano passado pela Polícia Federal por suspeita de receber propina de um narcotraficante.

A investigação sobre o caso ainda está em andamento, mas já resultou na prisão de cinco policiais civis e três integrantes do PCC delatados por Gritzbach. Entre os presos estão investigadores e um delegado que, segundo as acusações, teriam extorquido o delator do PCC para livrá-lo de um inquérito anterior.

A complexidade e os desdobramentos desse caso colocam em evidência a relação delicada entre agentes da lei e o crime organizado, lançando luz sobre práticas ilegais e corrupção que permeiam o sistema de segurança pública.

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