Investigador da Polícia Civil de São Paulo participou de sequestro e “tribunal do crime” que resultou em assassinato de corretor de imóveis.

Policial civil de São Paulo é preso por envolvimento em sequestro e assassinato de corretor de imóveis
O investigador da Polícia Civil de São Paulo, Marcelo Roberto Ruggieri, também conhecido como Xará, foi preso por fazer parte de uma quadrilha de agentes públicos ligados ao crime organizado. Ele está envolvido no sequestro e assassinato do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, que foi levado a um “tribunal do crime” do Primeiro Comando da Capital (PCC) e morto com 10 tiros de fuzil, dias após realizar uma delação premiada ao Ministério Público de São Paulo.

Os fatos ocorreram em novembro e dezembro de 2021, quando Gritzbach foi sequestrado e levado ao “júri” do crime por membros do PCC, incluindo Xará e outros criminosos. A relação entre o corretor e um importante líder do PCC, conhecido como Cara Preta, era baseada em negócios no ramo imobiliário e criptomoedas. No entanto, após desentendimentos, Gritzbach foi sequestrado e levado ao tribunal do crime, onde enfrentou acusações de homicídio.

Durante o processo, Gritzbach entregou um token com R$ 27 milhões a um membro do PCC, o que resultou em sua “absolvição” e evitou sua execução naquele momento. No entanto, outros criminosos envolvidos no sequestro foram posteriormente assassinados, incluindo Django, enforcado, e Japa, alvejado na cabeça.

Além disso, Marcelo Ruggieri também é apontado como o policial responsável por comandar uma falsa blitz em novembro de 2021, na qual dois inocentes foram mortos. Os agentes do 24º DP estavam sob seu comando, e a ação resultou na morte de um mecânico e um homem que coletava recicláveis na região.

Como resultado das investigações e da delação premiada de Gritzbach, foram presos diversos agentes públicos e criminosos ligados ao caso, incluindo o investigador-chefe Eduardo Monteiro, o delegado Fábio Baena, o advogado Ahmed Hassan Saleh, e os empresários Ademir Pereira Andrade e Robinson Granger de Moura, o Molly. Todos responderão por organização criminosa e corrupção ativa e passiva, podendo ser condenados a até 30 anos de prisão.

A prisão desses agentes revela a complexidade das relações entre a polícia e o crime organizado em São Paulo, evidenciando a necessidade de medidas urgentes para combater a corrupção e a impunidade dentro das instituições de segurança pública.

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