Investigador da Polícia Civil de São Paulo ligado ao crime organizado é apontado como cúmplice da corrupção dentro da instituição.

O investigador classe especial da Polícia Civil de São Paulo, Marcelo Marques de Souza, conhecido como Bombom, foi preso após um inquérito da Polícia Federal ligá-lo ao crime organizado. Segundo informações obtidas pelo Metrópoles, Bombom era apontado como um dos responsáveis por fazer a ligação entre bandidos e a chamada “banda podre” da polícia.

Chefe de investigações do Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco), da 5ª Delegacia Seccional da capital paulista, Bombom foi descrito por testemunhas como um policial que atuava nos bastidores corruptos da instituição. Em depoimento ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), o corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, assassinado em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de Guarulhos, descreveu como Bombom facilitava as atividades criminosas de diversos grupos.

De acordo com o relatório da PF, Bombom teria feito introdução de criminosos responsáveis pela movimentação de altos valores nas estruturas corruptas da Polícia Civil. O policial civil também foi apontado como morador do mesmo prédio que Reinaldo Muhammad, empresário investigado por lavagem de dinheiro e padrinho de batismo de Bombom.

Além disso, o investigador movimentou quase R$ 34,5 milhões em transações bancárias entre janeiro de 2017 e julho de 2022, utilizando táticas de lavagem de dinheiro conhecidas como smurfing. Durante esse período, realizou transações com diversas regiões do Brasil.

Após a delação premiada de Vinícius Gritzbach e a investigação da PF, diversos policiais civis e empresários foram presos. Entre os detidos estão o investigador chefe Eduardo Monteiro, o delegado Fábio Baena, Marcelo Marques de Souza (Bombom), Marcelo Roberto Ruggieri (Xará), Ahmed Hassan Saleh (Mude) e Ademir Pereira Andrade, Robinson Granger de Moura (Molly). Também foi alvo de prisão o agente de telecomunicações da Polícia Civil, Rogerinho.

Os presos irão responder por crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva, além de ocultação de capitais, podendo somar penas de até 30 anos de prisão. A investigação continua em andamento para apurar mais detalhes sobre as atividades ilícitas envolvendo a Polícia Civil de São Paulo.

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