Os integrantes da quadrilha chefiada por Gimenez instalavam rastreadores nos caminhões carregados com drogas para interceptá-los assim que chegavam a São Paulo. “Gansos”, que se passavam por policiais abordavam os veículos e apreendiam as cargas de droga assim que cruzavam a divisa dos estados. Essa prática dos “gansos” tem sido utilizada há décadas no submundo da Polícia Civil para a realização de investigações.
O policial Cléber Gimenez está preso desde janeiro, acusado de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A Corregedoria da Polícia Civil teve acesso a fotos e vídeos que confirmam as denúncias feitas pelo informante dos policiais. Outros membros da quadrilha foram presos juntamente com Gimenez, incluindo o policial civil Thiago Gonçalves de Oliveira e outros suspeitos.
O esquema envolvia o pagamento de R$ 100 mil ao informante que indicava as cargas de drogas, a instalação de bloqueadores de sinal nos caminhões carregados e a apreensão das drogas assim que chegavam a São Paulo. A droga era trocada por cargas de gesso ou talco e posteriormente vendida para traficantes. A investigação aponta que Cléber Gimenez movimentou mais de R$ 80 milhões em suas contas bancárias em cinco anos.
Além disso, a delegada titular do 77º DP, Maria Cecília Castro Dias, também foi afastada de suas funções sob suspeita de envolvimento no esquema. Outro nome envolvido é Elvis Cristiano da Silva, chefe de investigações da 1ª Seccional, que coordena todas as delegacias da região central paulista. As investigações continuam e as defesas dos envolvidos não foram localizadas até o momento. O caso segue em julgamento e novas informações estarão sendo divulgadas conforme o andamento das investigações.
