A operação Overclean investiga uma organização criminosa suspeita de desvios milionários em contratos com o DNOCS, municípios e estados. De acordo com informações obtidas pela Polícia Federal, o grupo movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão entre os anos de 2018 e 2024.
O DNOCS é uma autarquia pública vinculada ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, liderado pelo ministro Waldez Góes. Rafael Guimarães, que tem como padrinho político o senador Ângelo Coronel (PSD-BA), ocupa o cargo de coordenador desde junho de 2023.
Diante da gravidade das acusações, a coluna procurou o DNOCS e o ministro Waldez Góes para questionar a permanência de Rafael Guimarães no cargo. No entanto, tanto a autarquia quanto o ministério não responderam aos questionamentos.
Durante as investigações da operação Overclean, foi revelado que Rafael Guimarães aparece em conversas com o empresário Alex Parente, um dos líderes da suposta organização criminosa, segundo a PF. Além disso, a empresa Allpha Pavimentações, dos irmãos Parente e alvo da investigação, foi beneficiada em uma licitação realizada durante a gestão de Guimarães, recebendo R$ 67 milhões do DNOCS.
A situação é ainda mais delicada considerando que parte desses valores foi proveniente do orçamento secreto do governo, levantando sérias suspeitas sobre a conduta do coordenador do DNOCS na Bahia. A manutenção de Rafael Guimarães no cargo, sob investigação e envolvido em situações tão comprometedoras, coloca em xeque a transparência e a seriedade do governo de Lula em lidar com casos de corrupção e desvios de recursos públicos.