Investigação policial rastreia laranjas ocultos no esquema de lavagem de dinheiro ligado ao delator do PCC, morto no aeroporto.

A Polícia Civil de São Paulo está investigando laranjas ainda não identificados que faziam parte de um esquema de lavagem de dinheiro operado por Vinícius Gritzbach, o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), que foi executado com tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no dia 8 de novembro. Este grupo estaria entre as pessoas que lucrariam com a morte dele.

Vinícius Gritzbach atuava escondendo imóveis de integrantes da facção criminosa em nome de laranjas, de acordo com a investigação. Em seu acordo de delação premiada, ele admitiu ter realizado esse tipo de prática, além de ter entregue provas de diversas transações imobiliárias de lideranças do PCC.

Um dos métodos usados por Gritzbach para lavar dinheiro era intermediar a compra de imóveis em dinheiro vivo para traficantes. Para evitar que os bens fossem facilmente rastreados, eles eram colocados em nome de laranjas. Os laranjas citados por Gritzbach em sua delação seriam apenas dois, um tio e um primo, mas a polícia acredita que o que foi descoberto é apenas uma parte do que foi ocultado.

Ele também admitiu ter lavado dinheiro para Anselmo Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e para Cláudio Marcos de Almeida, o Django. A polícia suspeita que ele possa ter movimentado cerca de R$ 200 milhões apenas para Cara Preta.

Com a morte de Cara Preta, de Django e também de Gritzbach, as pessoas que serviam como laranjas poderiam tentar se apropriar dos bens obtidos com dinheiro ilícito. No entanto, até o momento, não há suspeitas de que esses laranjas estejam envolvidos no assassinato de Gritzbach no aeroporto. Os policiais civis estão realizando buscas na zona leste de São Paulo em busca de localizar os imóveis utilizados no esquema de lavagem de dinheiro, que poderiam ser confiscados pelo estado.

Os valores expressivos movimentados pela quadrilha levantam a suspeita de que Gritzbach pode ter entregue menos do que sabia em sua delação premiada. A polícia investiga a conexão de Cara Preta com Silvio Luiz Ferreira, conhecido como Cebola, apontado como responsável por lavar dinheiro para o PCC.

Além disso, a polícia está rastreando uma rede de suspeitos que estariam continuando a lavagem de dinheiro do crime organizado iniciada por Gritzbach. O foco das investigações inclui um grupo de postos de gasolina na zona leste suspeito de lavar dinheiro do tráfico e que tinha conexões com Gritzbach. Estes estabelecimentos podem ser usados para lavagem de dinheiro, especialmente os de modalidade bandeira branca.

A polícia também está de olho em uma farmácia que teria movimentado altos valores em dinheiro, com suspeitas de estar envolvida no esquema de lavagem de dinheiro do crime. As autoridades apreenderam documentos que indicam movimentações financeiras suspeitas e estão investigando a origem desses fundos ilícitos.

A investigação continua em andamento para desvendar toda a rede de lavagem de dinheiro operada por Gritzbach e seus possíveis sucessores, bem como para identificar e confiscar os bens obtidos com atividades criminosas.

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