De acordo com relatórios da Human Rights Watch, as forças de segurança de Bangladesh teriam cometido mais de 600 desaparecimentos forçados desde que Hasina assumiu o poder em 2009, sendo que cerca de 100 dessas pessoas ainda estão desaparecidas. O país está sob governo interino desde o início de agosto, após manifestações populares que resultaram na renúncia da ex-primeira-ministra.
Um comitê liderado pelo juiz aposentado da alta corte Moyeenul Islam Chowdhury foi designado para investigar os desaparecimentos e outras violações de direitos humanos cometidas pelas forças paramilitares de Bangladesh. Este comitê também irá analisar a atuação da Guarda de Fronteira de Bangladesh (BGB), de acordo com uma ordem do governo emitida recentemente.
Muhammad Yunus, vencedor do Prêmio Nobel da Paz e líder do governo interino, estabeleceu um prazo de 45 dias úteis para a apresentação do relatório final deste comitê. Sanjida Islam Tulee, coordenadora de um grupo de defesa dos direitos humanos em Bangladesh, elogiou a criação da comissão e enfatizou a importância da transparência no processo.
Yunus, que recentemente se reuniu com familiares de pessoas desaparecidas, garantiu que a comissão investigará de forma imparcial e buscará justiça para as vítimas e suas famílias. As investigações em curso representam um importante passo para garantir a prestação de contas e a proteção dos direitos humanos em Bangladesh.