A carta, intitulada “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, foi assinada por 37 militares e recebida pelo tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. No documento, foram feitas considerações sobre a legalidade e críticas à atuação do Judiciário no processo eleitoral, culminando com a afirmação de que estavam atentos à situação política e social do país.
A investigação realizada pelo Exército identificou a participação de diversos oficiais de diferentes patentes na elaboração da carta. Quatro coronéis foram apontados como responsáveis pela redação do texto, sendo que dois eram da ativa e dois da reserva. Todos os quatro foram indiciados tanto pelo Exército quanto pela Polícia Federal.
Os crimes atribuídos aos coronéis incluem a publicação de críticas a um superior sem licença oficial, incitação à desobediência e à indisciplina, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e participação em organização criminosa, de acordo com as acusações do Exército e da Polícia Federal.
O tenente-coronel Araújo Júnior, um dos envolvidos na elaboração da carta, expressou sua confiança de que a Justiça Militar não seria severa em sua investigação, conforme revelado em uma mensagem interceptada pela PF. A partir de agora, a investigação seguirá para o STF, onde novos desdobramentos podem surgir nesse caso que gerou grande repercussão no cenário político e militar do país.