O relatório se baseia na análise de um celular de Flávio Botelho Peregrino, coronel do Exército que serviu como assessor de Braga Netto. Durante a gestão de Bolsonaro, o general ocupou a posição de ministro da Casa Civil e foi escolhido como candidato a vice-presidente em 2022. Atualmente, ele encontra-se preso, sob a acusação de interferir nas investigações relacionadas a esses eventos, além de tentar acessar informações sobre as colaborações premiadas de seu ex-ajudante Mauro Cid.
Os investigadores afirmam que Braga Netto e seus associados estavam envolvidos na elaboração de um documento contendo dados falsos sobre supostas irregularidades nas urnas eletrônicas. Essas informações fabricadas tinham como objetivo serem apresentadas ao então ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, para serem levadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sugerindo uma manipulação nos resultados das eleições.
Além dessa ação, a Polícia Federal também identificou a utilização de dados falsos para fundamentar uma petição do Partido Liberal (PL) no TSE, que alegava fraudes durante o primeiro turno da eleição de 2022. A estratégia incluiu a disseminação de informações enganosas e “estudos falsos”, com o intuito de desacreditar o processo eleitoral vigente. Essas informações eram compartilhadas com influenciadores digitais aliados, como o argentino Fernando Cerimedo, buscando amplificar a desconfiança entre os eleitores.
Este panorama levanta questões graves sobre a integridade do sistema democrático no Brasil e os limites de ação de figuras que detêm poder, ressaltando a importância de um esclarecimento contínuo perante a sociedade sobre o estado da democracia no país. A confirmação do comprometimento de agentes públicos em ações antidemocráticas não apenas decepciona, mas também exige uma resposta reativa eficaz por parte das instituições.