Investidores em Conflito com Ricardo Delneri e sua Empresa de Energia Eólica
A recente queda da 2W Ecobank, uma empresa de energia eólica, deixou investidores enfrentando perdas significativas que chegam a R$ 2,2 bilhões. Agora, um grupo desses investidores busca bloquear a transferência de imóveis do empresário Ricardo Delneri, avaliado em R$ 75 milhões. Delneri, sócio majoritário da 2W, transferiu diversos ativos para familiares antes da empresa entrar em recuperação judicial, levantando suspeitas.
Entre os imóveis em questão está uma mansão de mil metros quadrados localizada em Porto Feliz, dentro do exclusivo condomínio Fazenda Boa Vista, onde residem diversos bilionários. O local é famoso por suas instalações luxuosas, como campo de golfe e uma unidade da rede de hotéis Fasano. Além dessa propriedade, também estão sob análise outras duas unidades: um apartamento na Faria Lima adquirido por R$ 1 milhão, transferido ao filho de Delneri, e um apartamento de 750 metros quadrados no sofisticado Condomínio Cidade Jardim, na zona sul de São Paulo.
O litígio entre Delneri e os debenturistas do fundo Wave, que tem a 2W como única investida, é marcado por alegações de má gestão e falta de transparência. Além de atrair a atenção dos investidores, a atuação do banco Credit Suisse — que ajudou a estruturar um fundo de investimentos de R$ 700 milhões — gerou questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse. A instituição recebeu R$ 20 milhões da 2W em bônus para estruturar e vender as debêntures, mas não mencionou que Delneri havia sido alvo de uma operação da Polícia Federal por supostas fraudes relacionadas a contratos de grandes valores.
Delneri e sua defesa argumentam que a execução que levou ao bloqueio de seus imóveis é nula, afirmando que a antecipação do vencimento das dívidas viola uma ordem judicial anterior. A defesa sugere que as movimentações de patrimônio foram legais, reafirmando a solidez financeira da 2W e a destinação correta dos recursos captados com as debêntures.
Essa batalha judicial promete ser longa, com investidores cada vez mais determinados a recuperar suas perdas financeiras e Delneri lutando para proteger seu patrimônio. O banco UBS, que atualmente detém os ativos do Credit Suisse, optou por não se manifestar sobre o caso. A situação continua a se desenrolar em um cenário de incertezas que afeta tanto os investidores quanto o setor de energia eólica no Brasil.