Pesquisadores, como Erin Coughlan de Pérez da Universidade Tufts, apontam que inundações repentinas são particularmente difíceis de prever, levando à emissão de um número elevado de alarmes falsos que minam a credibilidade dos sistemas existentes. Essa situação é vista em diversas regiões, como na Espanha, onde inundações em Valência causaram 200 mortes, apesar de um sistema de alerta em funcionamento que foi acionado tarde demais.
O Japão, reconhecido por sua experiência em gerenciar desastres naturais, investiu consideravelmente em tecnologia para prever desastres. O sistema J-Alert, por exemplo, remete avisos a cidadãos sobre riscos iminentes. Contudo, as falhas na evacuação, como demonstrado por uma tragédia em Kyushu, evidenciam que até os melhores sistemas têm suas limitações. Muitos moradores ignoram os alertas, levando a uma situação alarmante em que somente 10% obedecem às instruções de evacuação.
Outros países, como a Índia, também enfrentam desafios semelhantes. Embora consigam prever inundações com dias de antecedência, as pessoas frequentemente desconsideram os alertas devido à alta frequência de alarmes imprecisos. Em regiões como Uganda e Nepal, inovações em monitoramento por satélite estão sendo implementadas para criar sistemas mais confiáveis, mas o caminho para a eficácia ainda é longo.
Essas dificuldades destacam uma realidade global: enquanto o aquecimento climático e as mudanças nos padrões climáticos exacerbam a frequência e a gravidade das inundações, as sociedades ainda carecem das estratégias adequadas para enfrentar esse desafio. É essencial que as autoridades priorizem o investimento em tecnologia e sistemas de alerta, ao mesmo tempo em que educam a população sobre a importância de levar a sério as orientações emitidas em situações de emergência. O futuro das comunidades vulneráveis depende não apenas da previsão, mas também da preparação e da resposta eficaz a essas calamidades cada vez mais comuns.