Maduro também atribuiu a responsabilidade pelo ataque ao bilionário Elon Musk, proprietário da plataforma X, antiga Twitter, bem como de diversas empresas de tecnologia, desde fabricantes de carros elétricos até fornecedores de serviços de satélite. “Foi proposta e decidida a criação de uma comissão especial para avaliar, com ajuda russa e chinesa, o sistema de segurança do país que está sob ataque. Especialmente, estamos investigando o ataque que causou danos graves ao sistema de comunicação da CNE. As autoridades eleitorais informarão a população, mas já solicitamos a assessoria, pois tenho certeza de que os ataques foram dirigidos pela influência de Elon Musk,” declarou Maduro.
Nos últimos dias, Elon Musk tem sido um crítico fervoroso de Maduro e das eleições na Venezuela. Isso se soma ao histórico recente do magnata, que em abril atacou a Justiça brasileira por tomar medidas contra supostos grupos organizados nas redes sociais. Esses grupos estavam envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023, no Brasil, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Poderes em Brasília, contestando os resultados das eleições de 2022.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano tem enfrentado pressão crescente para divulgar as atas eleitorais que possibilitariam a auditoria dos resultados anunciados, que concederam 51,21% dos votos a Maduro contra 44% destinados a Edmundo González. A falta de publicação dessas atas tem alimentado acusações de fraude por parte da oposição, mobilizando manifestações em diversas regiões do país.
Os últimos dias foram marcados por atos violentos e protestos em várias partes da Venezuela. Calculam-se mortos, dezenas de feridos e centenas de presos. A administração Maduro acusa ações golpistas por parte de forças opositoras, ao passo que a oposição clama por intervenção militar para destituir o governo atual. “Por detrás deste plano que denunciei está o império dos Estados Unidos, o tráfico de drogas colombiano, Elon Musk e a extrema direita fascista mundial. Eles vieram contra a Venezuela acreditando que poderiam conquistá-la, baseando-se em campanhas nas redes sociais para desestabilizar nossa sociedade,” acrescentou Maduro em uma reunião com o Conselho de Ministros.
O cenário político na Venezuela continua tenso e incerto, com desdobramentos esperados nos próximos dias à medida que a comissão especial começa seus trabalhos e as tensões internas se intensificam.