INTERNACIONAL – Trump propõe controle dos EUA sobre Gaza, mas Hamas rejeita: “não está à venda” e reafirma compromisso com a luta palestina.



Durante uma visita ao Catar, parte de uma turnê pelo Oriente Médio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou seu interesse em um projeto controverso relacionado à Faixa de Gaza. Em suas declarações feitas nesta quinta-feira, ele afirmou a intenção dos EUA de transformar Gaza em uma “zona de liberdade”. Essa proposta, no entanto, foi prontamente rebatida pelo Hamas, que reafirmou que o território palestino não está à venda.

Basem Naim, membro do Bureau Político do Hamas, deixou claro que Gaza é uma parte integral do território palestino e não um ativo à disposição de negociações. Em uma declaração contundente, ele enfatizou o compromisso do povo palestino com sua terra e a disposição de fazer os sacrifícios necessários para proteger sua pátria e assegurar um futuro digno para sua população. A infraestrutura da faixa, que já sofre consequências devastadoras após meses de conflito, foi em grande parte destruída por bombardeios realizados por Israel, que é apoiado financeiramente pelos EUA.

Trump alegou que, após 19 meses de guerra, não haveria mais nada a salvar em Gaza, afirmando que a região poderia ser melhorada sob o controle americano. Essa ideia de transformar Gaza em uma Riviera do Oriente Médio, proposta anteriormente, inclui planos de relocação da população palestina, o que recebeu críticas severas de diversas lideranças internacionais, incluindo figuras árabes e palestinas, além de organizações como a ONU. Muitos consideram essas ações como uma forma de limpeza étnica.

A resposta do líder do Hamas foi igualmente incisiva: ele argumentou que a paz duradoura não será alcançada enquanto houver guerra e genocídio em Gaza. Ele também destacou a capacidade do presidente Trump de promover mudanças positivas, contanto que haja vontade política.

O atual ciclo de violência na região foi intensificado em 7 de outubro, com um ataque do Hamas a vilas israelenses, resultando em um número elevado de mortes e sequestros. O governo de Israel, em retaliação, iniciou uma ofensiva militar extensa, resultando em deslocamentos massivos da população civil e um bloqueio rigoroso à assistência humanitária.

Naim ainda defendeu a resistência como um direito legítimo do povo palestino, relembrando a importância de uma escolha democrática para determinar seu futuro. Ele reivindicou a realização de eleições justas, enfatizando a necessidade de respeitar a vontade popular, apesar das dificuldades atuais. O líder do Hamas reforçou que a luta atual é uma resposta a mais de 76 anos de ocupação israelense, marcada pela falta de uma solução política justa.

Enquanto isso, Israel mantém sua posição de que a agressão somente cessará com a desarticulação completa do Hamas e a recuperação dos reféns em seu poder. O governo israelense, sob a liderança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, foi acusado de tentar anexar Gaza, aproveitando-se da situação para consolidar seu poder interno em meio a investigações de corrupção. A situação em Gaza permanece tensa, com a população enfrentando uma crise humanitária sem precedentes.

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