A tensa troca de provocações entre Trump e Medvedev se intensificou após o atual presidente dos EUA estipular um ultimato de dez dias para que a Rússia aceitasse um cessar-fogo com a Ucrânia, sob pena de enfrentar tarifas elevadas sobre as exportações de petróleo para países como a Índia. Em contrapartida, o governo de Vladimir Putin apresentou suas próprias exigências para um potencial acordo de paz, não demonstrando disposição para acatar o prazo imposto pelo presidente americano. Durante uma entrevista, Putin enfatizou que negociações pacíficas são fundamentais, afirmando que elas devem ser realizadas com sinceridade e em um ambiente reservado, longe das câmeras e da atenção pública.
Em um cenário de provocação mútua, Medvedev também criticou Trump após o presidente norte-americano rotulá-lo como “fracassado”. O ex-líder russo não hesitou em alertar Trump a ser cauteloso nas suas afirmações, insinuando que a postura dos EUA apenas reforça que a Rússia está no caminho certo. Medvedev citou o conceito da “Mão Morta”, um sistema de ataque nuclear da era da União Soviética, destacando que esse tipo de armamento ainda está sob controle da Rússia e pode ser uma ameaça real em caso de desestabilidade.
No que diz respeito ao petróleo, Trump exigiu que a Índia cessasse suas importações do combustível russo, uma medida que, se implementada, poderia causar bilhões em perdas para a economia russa e, potencialmente, criar uma nova crise de abastecimento global. A Índia, que emergiu como um dos maiores compradores de petróleo russo nos últimos anos, adquiriu aproximadamente 2 milhões de barris por dia, representando uma parte significativa da oferta global. Tal cenário poderia levar o Kremlin a retaliar, incluindo a interrupção de oleodutos essenciais, como o CPC do Cazaquistão, que são fundamentais para operadoras americanas como Chevron e Exxon.
A situação é volátil e se desenrola em meio a um quadro geopolítico complexo, com as ameaças de Trump de impor tarifas de até 100% sobre os países que continuarem a importar petróleo russo. Essa tensa narrativa tem deixado claro que tanto os EUA quanto a Rússia estão em uma trajetória que pode ter implicações sérias para a estabilidade regional e global.