Por outro lado, produtos como café, frutas e carnes foram excluídos das isenções e, portanto, estarão sujeitos à alta tarifa. A decisão de Trump baseia-se na consideração de que o Brasil representa uma ameaça “incomum e extraordinária” à segurança nacional dos Estados Unidos, um posicionamento semelhante ao adotado em relação a países como Cuba, Venezuela e Irã, que tem sido alvo de políticas comerciais rígidas por parte de Washington.
De acordo com a ordem, mercadorias que estão atualmente em trânsito para os EUA não serão afetadas pela nova tarifa, o que poderá mitigar algumas complicações logísticas para comerciantes e importadores. No entanto, a medida gera incertezas e desencadeia uma série de discussões sobre as repercussões econômicas para o Brasil, uma vez que a alta taxa de importação pode elevar os preços de produtos que dependem de insumos brasileiros.
A mudança nas tarifas está inserida em um contexto mais amplo de política externa e econômica do governo Trump, que busca alinhar seus parceiros comerciais com suas prioridades de segurança nacional. O documento assinado pelo presidente menciona que a lista de exceções poderá ser revista caso o Brasil tome “medidas significativas” para colaborar em questões de segurança e política externa, abrindo a possibilidade de um diálogo, mas também estabelecendo um clima de tensão.
Além disso, Trump advertiu que qualquer retaliação por parte do Brasil, como o aumento de tarifas sobre produtos americanos, resultaria em um aumento correspondente nas alíquotas aplicadas, acirrando ainda mais a disputa comercial. Esse quadro revela a complexidade das relações entre as duas nações e a fragilidade de um acordo comercial que já vinha sendo discutido, evidenciando os desafios que poderão surgir nas próximas negociações e seus potenciais impactos econômicos e diplomáticos.