INTERNACIONAL – Trump e Lula têm conversa produtiva sobre sanções e comércio; Brasil busca eliminar sobretaxa de 40% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros.

Na última terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma análise sobre o recente telefonema que manteve com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro virtual despertou interesse, principalmente pela menção de Trump às sanções impostas durante sua administração, as quais afetaram o Judiciário brasileiro em decorrência do processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante a coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump descreveu a conversa como “ótima” e detalhou que os dois líderes discutiram temas relevantes como comércio e sanções. Em suas declarações, ele enfatizou: “Falamos sobre comércio. Falamos sobre sanções, porque, como vocês sabem, eu os sancionei em relação a certas coisas que aconteceram”. Trump expressou sua expectativa de se reunir e dialogar com Lula em um futuro próximo, afirmando que ele acredita que “muita coisa boa resultará desta parceria recém-formada”.

Por sua vez, a Presidência da República do Brasil informou que Lula manifestou durante o telefonema seu desejo de “avançar rápido” nas negociações para a remoção da sobretaxa de 40% que ainda incide sobre produtos brasileiros no mercado norte-americano. O diálogo também incluiu discussões sobre estratégias conjuntas para o combate ao crime organizado, sendo classificado como “muito produtivo” e com duração de 40 minutos.

Em novembro, a Casa Branca já havia anunciado a retirada de 238 produtos brasileiros da lista de tarifas, incluindo itens como café, frutas tropicais e carne bovina, embora ainda persista a imposição de tarifas sobre 22% das exportações brasileiras. Lula indicou que a decisão do governo dos EUA de amenizar algumas tarifas foi um passo positivo, mas ressaltou a necessidade de continuar as conversas sobre a remoção de outros produtos tarifados.

O chamado “tarifaço” instaurado por Trump reflete uma tentativa de proteger a indústria americana e reverter a competitividade reduzida em comparação à China ao longo das últimas décadas. A política tarifária de Trump estabelece diferentes alíquotas consoante o déficit comercial dos Estados Unidos com cada nação, sendo que o Brasil já enfrentou diversas variações nas tarifas que impactaram suas exportações.

O diálogo recente entre os presidentes, que teve sequência após encontros realizados anteriormente, foi crucial para o avanço das negociações. O governo brasileiro está comprometido em acelerar as tratativas para remover novos produtos da lista tarifada, especialmente em um momento em que as exportações industriais estão sob pressão. Debates sobre temas não tarifários, incluindo energias renováveis e legislação sobre serviços de data center, também fazem parte da pauta de discussões entre os dois países, sinalizando um caminho para uma cooperação mais robusta no futuro.

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