Thiago Rodrigues, professor da Universidade Federal Fluminense, expressou suas preocupações ao afirmar que a medida atenta contra a Constituição ao comprometer direitos básicos de liberdade de expressão. Segundo ele, o que se observa é uma estratégia que criminaliza o dissenso, levando à marginalização de qualquer oposição ao governo, assemelhando-se a políticas de repressão vistas durante a ditadura militar no Brasil. Essa perspectiva destaca a gravidade do tema e suas potenciais repercussões sobre a sociedade civil.
O decreto de Trump surgiu em um contexto marcado pela violência, especificamente após o assassinato de Charlie Kirk, um ativista conservador. No entanto, as investigações apontaram que o suspeito do crime não tinha laços comprovados com grupos organizados, levantando questões sobre a atribuição da culpa à “esquerda radical” e a subsequente designação do Antifa como terrorista. Importante ressaltar que o Antifa não é uma entidade centralizada, mas um conjunto de ideais antifascistas defendidos por diversos grupos, o que torna a nova classificação ainda mais controversa.
A movimentação antifa ganhou notoriedade nos EUA desde o primeiro mandato de Trump, especialmente nas manifestações que gritaram por igualdade racial após a morte de George Floyd. Para Rodríguez, rotular uma ideologia como terrorista é alarmante, visto que isso pode abrir precedentes para a criminalização de qualquer oposição à administração.
Compreender a gravidade do uso do termo “terrorismo” nos Estados Unidos é crucial, dado o impacto histórico de eventos como os ataques de 11 de setembro, que desencadearam uma guerra ao terror e enfatizaram a severidade de tal classificação. Trump, ao designar o Antifa como um movimento terrorista, ativa não apenas significados amplos, mas também práticas que podem resultar em represálias violentas.
Professores alertam que essa manobra parece refletir uma tendência de governos autoritários que buscam suprimir criticamente suas oposições, uma prática vista em várias partes do mundo. Observadores também destacam que a movimentação pode ter um efeito dominó em outros países, inclusive no Brasil, onde a ideia de classificar grupos antifascistas como terroristas pode pressionar a legislação local, mesmo que as instituições brasileiras possuam maior autonomia judicial em comparação às dos EUA.
Essas novas dinâmicas políticas revelam uma era de crescente polarização, onde decisões como a de Trump poderão modificar o cenário do ativismo e das relações sociais, gerando repercussões que vão muito além das fronteiras americanas.