Thiago, que iniciou uma greve de fome em protesto por sua detenção, descreve sua situação como um sequestro, visto que sua prisão ocorreu em águas internacionais. O caso é monitorado pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Brasil, que o classifica como crime de guerra, e o Itamaraty está em contato com as autoridades israelenses, afirmando que houve uma violação dos direitos internacionais e solicitando a imediata libertação do ativista.
Recentemente, Thiago foi transferido para uma cela solitária como represália à sua greve de fome, e sua família não tem notícias dele desde a última segunda-feira, quando o grupo de ativistas foi interceptado pela Marinha israelense. Além de Thiago, outros dois ativistas, Pascal Maurieras e Yanis Mhamdi, ambos franceses, permanecem detidos na prisão de Givon, com previsão de deportação para esta sexta-feira.
Entre os 12 ativistas que tentaram chegar a Gaza, oito se recusaram a assinar um documento que reconhecia a tentativa de entrada ilegal no país, o que dificultou sua deportação imediata. Essa decisão foi parte de uma estratégia coletiva, onde outros integrantes, incluindo a ativista Greta Thunberg, concordaram em assinar o documento para que pudessem retornar a seus países e denunciar as condições em Gaza.
O grupo buscava entregar alimentos e medicamentos à população palestina, além de chamar a atenção para a situação crítica na região, onde cerca de 2 milhões de palestinos estão sob um bloqueio que já dura mais de três meses. A Organização das Nações Unidas (ONU) e outras entidades alertam que 6 mil caminhões com ajuda humanitária aguardam na fronteira com o Egito para entrar em Gaza, ressaltando a insuficiência das entregas controladas por Israel, que muitas vezes resultam em tragédias.