Na correspondência, os senadores expressam sua preocupação com a iminente implementação de tarifas que poderiam alcançar 50% sobre as exportações brasileiras, medidas programadas para entrar em vigor em agosto. Eles destacam que essa abordagem não apenas prejudicará as relações comerciais, mas também resultará em um aumento significativo nos custos para famílias e empresas americanas. O comércio entre os dois países, que atualmente movimenta mais de US$ 40 bilhões por ano, é responsável pela manutenção de cerca de 130 mil empregos nos EUA, os quais estão ameaçados pela imposição de tarifas.
Além disso, a carta enfatiza que o Brasil já se posicionou para retaliar essas ações, o que poderia desencadear uma espiral de taxas e tarifas que afetariam diretamente os exportadores norte-americanos e encareceriam os produtos para os consumidores nos Estados Unidos.
Os senadores também alertaram sobre a crescente influência da China na América Latina, enfatizando que uma guerra comercial com o Brasil poderia fortalecer a relação do país com Pequim, que já está investindo pesadamente na região. Nos últimos meses, a iniciativa de grupos estatais chineses de desenvolver projetos portuários e ferroviários no Brasil foi mencionada, ressaltando as consequências negativas da política comercial de Washington não apenas para a economia americana, mas também para os interesses geopolíticos dos EUA.
A carta aborda, ainda, a questão da intervenção no sistema judiciário brasileiro, criticando a pressão americana sobre processos legais locais, especificamente referente ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo os senadores, essa interferência não só representa um desrespeito à soberania do Brasil, mas também estabelece um cenário perigoso que pode culminar em conflitos comerciais desnecessários e retaliações contra cidadãos e empresas americanas.
Por fim, os parlamentares ainda repudiaram as sanções impostas a autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiras, o que consideram mais uma demonstração do uso do poder econômico para atender a interesses pessoais do presidente. A carta conclui pedindo que o governo reconsiderasse suas ações, priorizando o fortalecimento das relações econômicas e o respeito à democracia na América Latina, ao invés de fomentar um clima de incerteza e confrontação comercial. A missiva foi assinada por importantes figuras do partido, como Adam Schiff, Dick Durbin, Kirsten Gillibrand, entre outros.
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