O planejamento da PF é estruturado em três eixos centrais. Primeiramente, a diplomacia e a gestão das delegações são primordiais, considerando que a conferência reunirá múltiplas visões, algumas delas conflitantes, exigindo um esquema de segurança apropriado e uma articulação geopolítica eficiente. Em segundo lugar, a logística foi intensamente reforçada, abrangendo ações eficazes na imigração, fiscalização em portos, como o de Outeiro — que receberá navios de cruzeiro — e segurança aeroportuária. Nesse cenário, a Base Aérea de Belém também será crucial, uma vez que será o ponto de chegada de autoridades de vários países.
O terceiro eixo foca na proteção da liberdade de manifestação, já que a COP30 será um espaço significativo para povos indígenas e movimentos sociais se expressarem. A PF se compromete a criar perímetros de segurança e a promover uma convivência harmoniosa entre os diferentes segmentos, sem comprometer o cotidiano da cidade.
Para garantir que todas essas medidas sejam implementadas, a Polícia Federal já convocou cerca de 1,2 mil servidores, incluindo policiais e administrativos. Além disso, o dispositivo de segurança contará com equipes em pontos estratégicos, como o aeroporto e o Porto de Outeiro, que operam diariamente. As capacidades investigativas também serão direcionadas para prevenir crimes cibernéticos e atos terroristas, com medidas como varreduras e contramedidas contra explosivos.
Este evento, de grande visibilidade internacional, marca a primeira vez que a conferência será sediada na Amazônia brasileira, sucedendo edições anteriores em países com restrições significativas às liberdades civis. O Brasil emerge, assim, como um importante palco para a livre manifestação de vozes, particularmente dos povos indígenas.
Adicionalmente, o governo brasileiro destacou a criação da “Aldeia COP”, um espaço de 72.695 m² na Universidade Federal do Pará. A Aldeia visa acolher cerca de 3 mil indígenas, promovendo acampamentos e atividades culturais, políticas e espirituais durante o evento. Este projeto é uma parceria entre o Ministério dos Povos Indígenas e diversas organizações representativas, sublinhando a relevância da participação dos povos tradicionais nas discussões climáticas.
