O ministério destacou que as repercussões dos ataques, incluindo potenciais efeitos radioativos, ainda não são totalmente conhecidas, mas já se observa uma ameaça crescente à estabilidade global. Para a Rússia, os ataques a instalações nucleares iranians também comprometem seriamente o regime de não proliferação nuclear, estabelecido pelo Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), e abalam a credibilidade dos mecanismos de supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Além disso, a Rússia solicitou que a AIEA respondesse de maneira rigorosa e transparente, rejeitando qualquer ambiguidade política em sua comunicação. A expectativa é de que um relatório imparcial seja apresentado na próxima sessão especial da agência.
O governo russo também fez um apelo ao Conselho de Segurança da ONU para que tome uma posição firme contra as ações desestabilizadoras dos Estados Unidos e de Israel, enfatizando a necessidade de um retorno imediato à diplomacia e à paz na região. A declaração formulada pela Rússia ecoa a preocupação mundial com a crescente tensão no Oriente Médio, que já enfrenta inúmeras crises.
Essa escalada de conflitos começou com um ataque surpresa de Israel ao Irã, no dia 13 do mês corrente, ampliando a guerra na região. No último sábado, os Estados Unidos atacaram três usinas nucleares iranianas, em um momento em que o país se encontrava em meio a negociações para assegurar a conformidade com o Tratado de Não Proliferação. O Irã, por sua vez, insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos e critica as acusações da AIEA, que, embora reconheçam a falta de provas de que o país esteja desenvolvendo armas nucleares, continuam a colocar pressão sobre Teerã.
A complexidade da situação se agrava com a desconfiança histórica entre as partes envolvidas, uma vez que Israel tem mantido a posição de que o Irã não deve ter acesso a armamentos nucleares, enquanto relatórios históricos sugerem que Teerã poderia estar desenvolvendo um programa nuclear secreto. A tensão entre nações ocidentais e o Irã continua a ser uma questão delicada em um cenário global cada vez mais volátil.
