Com a confirmação de 97% das urnas apuradas pelo tribunal eleitoral, a vitória de Paz representa não apenas uma mudança no comando do país, mas também um desafio iminente. Embora tenha sido eleito presidente, seu partido não alcançou a maioria no Legislativo, o que significa que Paz precisará negociar alianças para conseguir governar de forma efetiva. A posse do novo presidente está agendada para o dia 8 de novembro.
Em seu discurso de celebração, Rodrigo Paz enfatizou a necessidade de abrir a Bolívia ao mundo, numa tentativa de restabelecer relações diplomáticas estreitas, especialmente com os Estados Unidos, após anos de alinhamento com Rússia e China. Ele já manifestou o desejo de firmar um acordo de cooperação econômica no valor de US$ 1,5 bilhão, focando no fornecimento de combustíveis.
Rodrigo Paz, de 58 anos, é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, que governou entre 1989 e 1993 e implementou políticas controversas, incluindo a privatização e o uso da coca. Embora seu pai tenha enfrentado acusações de corrupção, seu legado político é claramente uma influência na trajetória de Rodrigo, que busca uma abordagem mais moderada e voltada ao diálogo.
Sua vitória também é creditada ao apoio de Edman Lara, seu companheiro de chapa e ex-policial, conhecido por seus vídeos que denunciavam a corrupção e que se tornaram virais nas redes sociais, ajudando a captar o eleitorado jovem e da classe trabalhadora.
Entretanto, a Central de Trabalhadores da Bolívia (COB) sinalizou que estará vigilante e resistirá a qualquer tentativa que comprometa os avanços sociais e econômicos conquistados nos últimos anos. Organizações sociais e indígenas começam a se mobilizar, preparando-se para uma nova fase de resistência em defesa das conquistas sociais e da soberania do país.
Rodrigo Paz, que antes da eleição teve uma carreira política que envolveu ser vereador e prefeito em Tarija, será o novo presidente de um país em busca de renovação e diálogo, enquanto enfrenta desafios internos e externos significativos.