INTERNACIONAL – Rio de Janeiro se prepara para receber cúpula do Brics e discutir nova ordem mundial com 11 países emergentes e foco em cooperação internacional.

Na próxima semana, o Rio de Janeiro receberá a cúpula do Brics, um grupo que se consolidou como um fórum vital para nações emergentes, abrangendo atualmente 11 países-membros e 10 parceiros. Com a presidência rotativa do Brasil, o evento promete ser um marco significativo nas negociações internacionais entre os líderes das nações que compõem o bloco. A cúpula ocorrerá no Museu de Arte Moderna (MAM), um local que oferece uma vista deslumbrante da Baía de Guanabara, proporcionando um cenário ideal para discussões cruciais.

A liderança brasileira nesta edição da cúpula possibilita ao país moldar as pautas de debate. Especialistas em relações internacionais, como o professor Feliciano de Sá Guimarães, destacam que uma das principais diretrizes do Brasil será evitar que o Brics se torne um bloco antiocidental. Apesar das tensões geopolíticas, Guimarães acredita que a posição brasileira deve ser de cooperação, reconhecendo que tanto os Estados Unidos quanto a Europa desempenham papéis essenciais na cena global.

Com a recente ampliação do grupo, incluindo novos membros como Irã, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, há uma expectativa de que isso fortaleça o Brics. Contudo, a expansão pode igualmente diluir a influência do Brasil dentro da coalizão. O professor explica que, embora a diversificação de membros traga um novo arranjo de poder, o Brasil deve ser cauteloso em como se insere neste novo contexto.

Durante a cúpula, um dos temas centrais será o uso de moedas nacionais nas transações comerciais, buscando reduzir a dependência do dólar. O professor observa que alguns acordos já estão em vigor, como o comércio entre Brasil e China na moeda local, mas enfatiza que essa transição requer cuidadosa consideração, uma vez que as reservas do Brasil estão majoritariamente em dólares.

Além disso, a cúpula abordará assuntos prementes como mudança climática, Inteligência Artificial e os desdobramentos das tecnologias emergentes. O Novo Banco de Desenvolvimento, dirigido pela ex-presidente Dilma Rousseff, será um dos principais produtos de sucesso do grupo, fomentando investimentos sustentáveis em infraestrutura entre os países-membros.

A reunião servirá, ainda, como uma oportunidade para o Brasil reafirmar sua posição no cenário internacional, especialmente após um período de isolamento político. O país tem se esforçado para restaurar sua credibilidade global através da organização de importantes cúpulas, como o G20 e a COP30, que ocorrerá em Belém em novembro.

Com 39% da economia mundial e quase metade da população global, o Brics se apresenta não apenas como um fórum de discussão, mas como uma plataforma potencialmente transformadora, vislumbrando uma nova ordem internacional mais inclusiva. À medida que os países do grupo se reúnem, a expectativa é de que novas diretrizes e alianças sejam traçadas, reafirmando a importância do diálogo multilaterais em um mundo cada vez mais complexo e interconectado.

Sair da versão mobile