Essas críticas têm o potencial de influenciar diretamente as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, uma vez que o presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu anunciar um novo pacote de tarifas nesta quarta-feira (2), visando impor uma taxação recíproca a produtos de países que cobram impostos sobre mercadorias estadunidenses. Trump chegou a chamar esse novo pacote de “Dia da Libertação”.
Para embasar as novas tarifas, o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) produziu um extenso relatório de quase 400 páginas, no qual descreve as tarifas que os EUA enfrentam em exportações para 59 países ou blocos comerciais, incluindo a União Europeia, China, Reino Unido, Argentina e México. O Brasil é um dos destaques desse relatório, ocupando seis páginas, e sendo apresentado como um país que impõe tarifas relativamente altas em diversos setores, como automóveis, tecnologia da informação, produtos químicos, entre outros.
O relatório destaca ainda as restrições brasileiras às compras governamentais, focando em benefícios dados aos produtores internos, sobretudo na área de saúde e defesa. Além disso, expressa preocupações em relação às normas de proteção à propriedade intelectual no Brasil e à discussão sobre taxação de plataformas digitais pela Anatel, que são vistas como barreiras ao comércio digital.
Outros pontos abordados no documento incluem as tarifas de 18% impostas pelo Brasil ao etanol dos EUA, o Imposto de Produtos Industrializados sobre bebidas alcoólicas, as restrições à entrada de produtos manufaturados no país, o programa Renova-Bio e as barreiras à importação de carne suína congelada e fresca dos EUA devido à preocupação com a peste suína africana.
Essas críticas e preocupações apresentadas no relatório do USTR certamente terão impacto nas relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos, podendo influenciar futuras negociações e acordos bilaterais. A transparência e a busca por equilíbrio nas relações comerciais são elementos essenciais para o desenvolvimento de uma parceria econômica saudável entre as duas nações.