Em uma sessão que durou mais de 12 horas, o partido governista Morena e seus aliados conseguiram os dois terços de votos necessários para aprovar a reforma, com um placar de 86 votos a favor e 41 contra. A decisão não passou despercebida e gerou protestos, greve de funcionários do Judiciário e volatilidade no mercado financeiro.
A reforma foi aprovada após um debate acalorado e dramas políticos, com a coalizão governista começando a terça-feira sem a maioria necessária. No entanto, um legislador da oposição mudou de lado e votou a favor do projeto, enquanto outro estava ausente, levantando suspeitas de que tenha sido detido para impedir seu voto.
O presidente Andrés Manuel López Obrador, que considera a reforma vital para restaurar a integridade do Judiciário mexicano, comemorou o resultado. Por outro lado, críticos alegam que a medida pode concentrar um poder excessivo nas mãos do Morena.
A repercussão da reforma chegou aos principais parceiros comerciais do México, Estados Unidos e Canadá, que expressaram preocupações sobre o impacto da medida nos acordos comerciais e nos investimentos. Os mercados também reagiram negativamente, com o peso mexicano perdendo valor desde as eleições de junho.
A espinha dorsal da reforma constitucional inclui a eleição por voto popular de mais de 6,5 mil juízes e magistrados, além de mudanças na estrutura da Suprema Corte. A redução do número de juízes, mandatos de 12 anos e outras alterações estão entre os pontos mais controversos.
A futura presidente do México, Claudia Sheinbaum, terá o desafio de lidar com as consequências da reforma em seu mandato, que tem previsão para começar em outubro. Com a possibilidade de dominar os primeiros meses de governo, a reforma judicial se coloca como um ponto de inflexão na política e na sociedade mexicana.