Grandes transportadoras marítimas, como a MSC (Itália/Suíça), Maersk (Dinamarca) e Hapag-Lloyd (Alemanha) suspendeu temporariamente a navegação pelo Mar Vermelho, como resultado dos ataques recentes dos rebeldes Houthis. A gigante petrolífera britânica BP também anunciou a suspensão do trânsito no Mar Vermelho. Com isso, as empresas estão redirecionando os navios para outras rotas comerciais, o que implica em aumento de tempo, custos de combustível e seguro para o transporte marítimo.
A rota do Mar Vermelho é essencial para o transporte de matérias-primas, como petróleo e gás natural liquefeito, além de bens de consumo. Ela liga o Mediterrâneo ao Oceano Índico e é responsável por 12% do comércio mundial, segundo a Câmara Internacional do Transporte Marítimo (ICS, na sigla em inglês), sediada em Londres. Com a suspensão temporária dessa rota, as mercadorias podem enfrentar atrasos no fornecimento e aumento nos custos, o que pode afetar a cadeia de abastecimento global.
Uma das alternativas para contornar a situação é redirecionar os navios para a rota que passa pelo Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África. No entanto, isso implica em um aumento de seis dias na viagem e um acréscimo de entre US$ 300 mil e US$ 400 mil ao custo do combustível, segundo Andreas Krieg, professor no King’s College of London.
Apesar das alterações no preço do petróleo terem sido mínimas até o momento, a situação representa uma ameaça para a cadeia de abastecimento global. O desvio dos navios também pode causar o congestionamento nos portos e mais atrasos, impactando negativamente o comércio internacional.
Diante da perturbação no comércio internacional marítimo, os Estados Unidos lançaram a Operação Prosperity Guardian, com o apoio de outros países, para proteger os navios na rota do Mar Vermelho. No entanto, os rebeldes Houthis afirmaram que não vão parar os ataques contra os navios comerciais, em solidariedade ao povo palestino e em resposta ao bloqueio da Faixa de Gaza.
Com o aumento da tensão no Mar Vermelho, as consequências para o comércio internacional marítimo continuam a ser monitoradas de perto, pois as decisões tomadas pelas empresas de navegação e o desdobramento das operações navais podem ter impactos significativos na economia global. A situação aponta para desafios significativos para a cadeia de abastecimento e o comércio internacional nos próximos meses.
