INTERNACIONAL – Reagrupamento Nacional vence primeiro turno na França, mas resultado final depende de negociações para o segundo turno.

O partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, conquistou a vitória no primeiro turno das eleições parlamentares na França no último domingo, de acordo com pesquisas de boca de urna. Com cerca de 34% dos votos, o RN superou seus rivais de esquerda e centro, incluindo a aliança Juntos do presidente Emmanuel Macron, que ficou entre 20,5% e 23%. Por sua vez, a Nova Frente Popular, uma coalizão de esquerda, estava projetada para obter cerca de 29% dos votos, conforme indicaram as pesquisas.

Embora o RN tenha sido visto conquistando a maioria dos assentos na Assembleia Nacional, a formação de um governo dependerá das negociações que ocorrerão antes do segundo turno no próximo domingo. A incerteza quanto à capacidade de o RN, um partido anti-imigração e eurocético, formar um governo em coabitação com Macron permanece.

Os institutos de pesquisa indicaram que o RN poderia conquistar uma maioria absoluta de 289 assentos no segundo turno. No entanto, especialistas alertam que as projeções após o primeiro turno podem ser imprecisas, especialmente nesta eleição.

A alta participação dos eleitores nesta eleição em comparação com pleitos anteriores reflete o interesse político despertado por Macron ao convocar a votação parlamentar após a derrota de seu partido nas eleições para o Parlamento Europeu. Macron pediu aos eleitores que se unissem em torno de candidatos republicanos e democráticos, excluindo assim representantes do RN e do partido de extrema-esquerda França Insubmissa.

A semana que antecede o segundo turno será marcada por intensas negociações políticas para unir forças em cada um dos 577 distritos eleitorais da França. A incerteza política gerada pela convocação das eleições antecipadas por Macron resultou em ondas de choque na Europa e na venda de ativos franceses nos mercados financeiros.

O RN, historicamente um paria político, agora se encontra mais próximo do poder do que nunca, devido ao descontentamento dos eleitores com o governo de Macron, custo de vida elevado e preocupações crescentes com a imigração. A participação eleitoral, que atingiu quase 60%, foi uma das mais altas desde 1986, refletindo a importância e o impacto das eleições parlamentares na França.

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