Durante a 9ª edição do Fórum Internacional de Dakar sobre Paz e Segurança na África, Sall ressaltou a necessidade de uma governança política, econômica e financeira global mais justa e equitativa, assim como a urgência de reformar o Conselho de Segurança da ONU. Ele enfatizou que uma governança global mais equitativa contribuiria para o surgimento de uma África capaz de oferecer soluções baseadas em seus próprios recursos.
O tema do fórum, que reuniu aproximadamente 400 convidados, incluindo especialistas e representantes governamentais de diversos países, destaca o potencial e as soluções que a África pode oferecer para enfrentar os desafios de segurança e instabilidade institucional. O discurso de Sall está alinhado com a visão do governo brasileiro, que também tem defendido mudanças na governança global em encontros internacionais.
Além disso, a ameaça terrorista representada por grupos extremistas como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda é uma preocupação regional significativa para os países da África Ocidental, do Golfo da Guiné e do Sahel. Burkina Faso e Mali são citados como exemplos graves, sofrendo ataques terroristas e tendo partes de seus territórios controladas por esses grupos, o que levou ao deslocamento de centenas de milhares de pessoas.
Segundo relatório do Índice Global de Terrorismo, produzido pelo Instituto de Economia e Paz, Mali e Burkina Faso representaram mais de 73% do terrorismo registrado na região do Sahel em 2022. Ambos os países viram aumento substancial do terrorismo, com mortes aumentando em 50% no Burkina Faso e 56% no Mali. A maioria dos ataques nesses países é atribuída a jihadistas desconhecidos, possivelmente vinculados a grupos como o Estado Islâmico.
A necessidade de uma visão global prospectiva da geopolítica africana e planetária foi reforçada pelo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Geraldo Martins, durante o 9º Fórum Internacional de Dakar. Ele salientou a importância de encontrar as verdadeiras soluções para os desafios econômicos e de segurança por meio de uma abordagem interdependente.
Diante desse contexto, a reforma do Conselho de Segurança da ONU tem sido uma reivindicação constante dos países da América do Sul, África, Índia e Japão. A inclusão permanente de representantes dessas regiões no Conselho de Segurança é vista como uma oportunidade para tornar a governança global mais representativa e justa. Através de iniciativas como o Fórum Internacional de Dakar, os líderes da África Ocidental e a comunidade internacional buscam explorar soluções para os desafios globais e regionais, promovendo maior cooperação e equidade no cenário internacional.
