A UNRWA, uma agência humanitária que atua na região há 70 anos, oferece educação, saúde e assistência social e humanitária aos palestinos em diversos países. Com a legislação aprovada pelo Knesset, o trabalho da agência na Faixa de Gaza e na Cisjordânia será dificultado, pois proíbe qualquer contato das autoridades israelenses com os representantes da UNRWA.
O chefe da organização, Philippe Lazzarini, criticou a medida, alegando que a votação viola a Carta da ONU e as obrigações de Israel com o direito internacional. Lazzarini enfatizou que os projetos de lei só aumentarão o sofrimento dos palestinos, especialmente em Gaza, onde as pessoas já enfrentam condições extremamente difíceis.
Por sua vez, Israel acusa a UNRWA de colaborar com grupos armados palestinos, como o Hamas. As acusações foram fundamentadas pelos legisladores israelenses para justificar a aprovação dos projetos. No entanto, um relatório independente não encontrou provas que ligassem os funcionários da UNRWA a atividades militares dos palestinos.
A pressão internacional contra a decisão de Israel foi intensa, com ministros de relações exteriores de países como Canadá, Austrália, França, Alemanha, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido expressando grave preocupação com a medida. Esses governos alertaram sobre as consequências devastadoras que a proibição do trabalho da UNRWA terá na já precária situação humanitária na região, afetando principalmente a prestação de serviços essenciais como educação e assistência médica em Gaza e na Cisjordânia.
Diante da repercussão negativa, a União Europeia também criticou a decisão de Israel, destacando que todas as agências da ONU devem ser respeitadas pelos Estados-membros e que a ordem internacional baseada em regras deve ser preservada. A situação entre Israel, UNRWA e a comunidade internacional permanece delicada e com impactos significativos na população palestina.