O contexto dessa reunião é marcado por um crescente clamor por mudanças dentro da Igreja Católica, que possui aproximadamente 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo e que tem enfrentado escândalos de abuso e encobrimento há décadas. Esses incidentes não apenas abalaram a credibilidade da instituição, mas também resultaram em bilhões de dólares em acordos de indenização, prejudicando sua imagem global.
Recentemente, a Comissão de Proteção à Criança do Vaticano criticou a lentidão dos líderes da Igreja em responder adequadamente às denúncias de abuso. Um relatório divulgado na última quinta-feira alertou sobre a falta de transparência em relação ao tratamento dessas denúncias e a ausência de sanções para bispos que falham em proteger as vítimas.
Gemma Hickey, uma sobrevivente canadense de abusos, contou que o Papa demonstrou atenção genuína durante o encontro. Para ela, o momento foi importante não apenas para compartilhar sua história, mas também para criar um espaço de construção de confiança. “O Papa Leão é muito afetuoso, ele ouviu”, destacou Hickey. Ela enfatizou que os participantes chegaram ao encontro como “construtores de pontes”, prontos para colaborar em busca da verdade, justiça e cura.
Este encontro representa um passo significativo na relação entre a hierarquia e as vítimas, um esforço que muitos esperam que leve a uma maior responsabilização e mudanças estruturais na Igreja. Embora a realização do diálogo seja vista como um avanço, os sobreviventes alertam que ainda há um longo caminho a percorrer na luta contra a impunidade e na busca por uma verdadeira reparação. A esperança é que eventos como este possam prevenir novas tragédias e garantir um ambiente mais seguro para todos os fiéis.