INTERNACIONAL – Países mais ricos devem arcar com maiores custos para combater o aquecimento global, cobra presidente Lula no G20.

Durante a abertura da Cúpula do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez cobranças aos países mais ricos, afirmando que eles devem arcar com os maiores custos para combater o aquecimento global. Ele ressaltou que esses países contribuíram historicamente para o problema e, portanto, devem assumir sua responsabilidade.

Lula exemplificou os impactos das mudanças climáticas no estado do Rio Grande do Sul, onde um ciclone deixou desabrigados e mortos. Ele destacou que os efeitos da mudança do clima têm consequências maiores para grupos vulneráveis, como os mais pobres, mulheres, indígenas, idosos, crianças, jovens e migrantes.

Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, já foram confirmadas 41 mortes e o número de desaparecidos subiu para 46 pessoas. Estima-se que mais de 120 mil pessoas tenham sido afetadas pelas enchentes.

Lula criticou a falta de compromisso dos países mais ricos, descrevendo a dívida acumulada ao longo de dois séculos. Ele lembrou que desde a COP de Copenhague, em 2009, esses países prometeram prover 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático aos países em desenvolvimento, mas essa promessa nunca foi cumprida.

O presidente alertou que a falta de compromisso mundial com o meio ambiente levou a uma emergência climática sem precedentes. Ele ressaltou que se não agirmos com urgência, os impactos serão irreversíveis, com modificações no regime de chuvas e elevação do nível dos mares. Secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes, o que prejudica a segurança alimentar e energética.

Lula também criticou a transferência de responsabilidades dos países mais ricos para as nações do hemisfério Sul. Segundo ele, de nada adiantará esses países se vangloriarem das suas reduções nas emissões de carbono se continuarem transferindo responsabilidades para o Sul Global.

O presidente brasileiro afirmou que não faltam recursos para a ação climática, citando o gasto de 2,24 trilhões de dólares em armas no último ano. Ele defendeu que esse dinheiro poderia ser canalizado para o desenvolvimento sustentável e ações contra a mudança do clima.

Lula destacou a importância da proteção da floresta e o desenvolvimento sustentável da Amazônia como prioridades do governo. Ele ressaltou a redução do desmatamento em 48% nos primeiros 8 meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

O presidente adiantou que lançará uma Força Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima durante o período em que o Brasil estiver na presidência do G20. Ele enfatizou a necessidade de uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento para garantir a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas até a COP 30, em 2025.

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