Werthein, que anteriormente desempenhou a função de embaixador dos Estados Unidos, estava à frente do ministério desde que Diana Mondino, sua antecessora, foi demitida em razão de sua votação favorável ao levantamento do embargo dos EUA contra Cuba em uma votação nas Nações Unidas. Sua renúncia ocorre num momento crítico para o governo Milei, particularmente com as eleições legislativas programadas para o próximo domingo. O Partido Libertário, liderado pelo presidente, busca aumentar sua representação no Congresso, visando garantir apoio para suas políticas de austeridade fiscal e cortes drásticos de gastos, com o intuito de melhorar a economia do país.
A atitude de Werthein surpreendeu muitos analistas e o público em geral, especialmente porque sua saída se deu a poucos dias de um evento eleitoral significativo. De acordo com veículos locais, a decisão de renunciar pode ter sido antecipada, com expectativas de que o ministro aguardasse o resultado das eleições antes de se afastar. No entanto, a desistência precoce levanta questões sobre os desdobramentos políticos e estratégicos que envolvem o governo Milei no atual cenário.
Ademais, o clima político na Argentina está mais tenso do que nunca, em razão das críticas crescentes à administração Milei, que passam principalmente pela insatisfação popular em relação aos cortes de gastos que afetam a população mais vulnerável, incluindo idosos e pessoas com deficiência. Para complicar a situação, um escândalo de corrupção recente no governo também lançou uma sombra sobre a administração do presidente.
Milei já havia anunciado mudanças em seu gabinete após as eleições de meio de mandato, especialmente em um contexto em que o apoio financeiro americano à Argentina poderia estar atrelado aos resultados eleitorais. Recentemente, o Tesouro dos EUA reconheceu a liberação de uma linha de swap de moeda de US$ 20 bilhões, além de estar em tratativas para um montante adicional similar, o que poderia ser um fator decisivo nas decisões futuras do governo argentino.
